Estamos a entrar no Outono (ainda não parece, mas estamos!) e uma revirada nos roupeiros é obrigatória.

Há uns anos atrás, eu era uma hoarder sentimental. Agarrava-me às roupas porque apenas as tinha usado uma ou duas vezes, porque ainda me serviam, porque era uma pena descartar o que era meu, o que eu tinha comprado. Mas a verdade é que eu não as usava, muitas estavam fora de moda, tinham anos e anos, já não tinham nada a ver com o meu estilo ou estavam simplesmente velhas, mas eu agarrava-me a elas a pensar “ainda posso usar, nem que seja para jardinar”

No entanto, há uns anos comecei a ler sobre minimalismo, capsule wardrobes e básicos vs. statement pieces e comecei uma purga no meu roupeiro. Comecei a deitar fora ou dar o que já não me fazia sentido ou servia. O meu roupeiro ficou mais arejado, mas não consigo chegar a uma coleção cápsula por estação, não consigo reduzir o meu roupeiro ao mínimo essencial. Gosto de vestidos (muitos!), de estampados (vários!), de me apaixonar por peças e achados, por isso dou imenso valor aos básicos, mas sei que nunca terei um roupeiro minimalista. (AQUI como eu organizo o meu roupeiro)

Então penso antes assim: não sendo minimalista, fico contente por fazer um esforço para editar ao máximo o meu roupeiro, cortar ao máximo e deixar entrar apenas o bom e apaixonante e ver com claridade tudo o que posso e quero vestir.

No entanto, não é para cortar a eito, eu não quero um roupeiro minimalista, eu quero um roupeiro editado.

A verdade é que, em comparação com outras amigas, eu até nem tinha assim tanta roupa, porque sempre fui relativamente frugal (o meu marido discorda, mas acreditem! Eu tinha imensa roupa porque não deitava nada fora), mas o caminho agora é sempre o de editar a minha vida.

Editar o meu roupeiro, as minhas coisas pessoais, a tralha cá de casa, a minha vida. Como diz Marie Kondo, comecei pelo roupeiro e passei à maquilhagem, sapatos, sala, cozinha, quarto dos miúdos, miudezas e cabeça.

Eu quero na minha vida apenas coisas que eu adore, que me favoreçam e valorizem, que eu possa usar mil vezes e de mil formas. E tal como eu não quero um roupeiro minimalista, também não quero a minha vida minimalista. Mas eu não tenho de ter pudor em cortar, cortar, cortar – editar a minha vida, como vou editando o meu roupeiro.

E resulta. O meu estilo não é minimalista, é editado.

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